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"O Pássaro da Chuva" (1994, versão de 2002) é o título de um livro infantil de Monique Bermond que conta a história de um menino de uma tribo africana. Essa criança, com o consentimento dos demais membros da tribo, aprisiona o pássaro da chuva em uma gaiola para que ele regue os campos de plantio quando necessário. Aprisionado, o pássaro perde o dom de fazer chover com seu canto. Mas eis que uma grande estiagem aflige a tribo. O garoto, respeitando a hierarquia, foi ter com o sábio do povoado que o trancou numa cabana. Ao anoitecer, o sábio encontra o menino chorando e pergunta porque não cantava ao invés de chorar. O menino vai para casa, liberta o pássaro e “uma chuva boa e quente começa a cair sobre a terra”. Essa história e o canto de um pássaro, ouvido no Vale do Ribeira, serviram de ponto de partida para Eduardo Seincman (1954) compor a peça homônima.

A peça foi pensada para clarinete baixo, marimba e vibrafone, sendo que os instrumentos de percussão em alguns momentos são tocados simultaneamente. Ela começa sob o impulso rítmico de uma espécie de dança furiosa, um impulso motor que per- corre toda composição e é intercalado por seções mais melodiosas e cadenzas tanto dos instrumentos de percussão quanto por um longo solilóquio do clarinete. As harmonias por vezes evocam a música pop ou o jazz. Nos últimos compassos, o canto do pássaro, recolhido pelo compositor, aparece para concluir a peça, como no conto, livre e evocando a chuva que está por vir.

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"O Pássaro da Chuva (1994, 2002 version) is the title of a children’s book by Monique Bermond, who writes about the story of a boy in an African tribe. With the tribe’s consent, this child confines the rain bird to a cage so that it brings rain to the plantation fields when necessary. However, the caged bird loses the ability to make rain with its singing. The great drought then causes affliction to the tribe and the boy, conforming to the group’s hierarchy, seeks the tribe’s sage who in turn imprisons him in a hut. When night falls, the sage finds the boy crying and asks him why he does not sing instead. The boy goes home, frees the bird and then “a good and warm rain starts to fall”. This story together with a bird’s singing heard in the Vale do Ribeiro prompted Eduardo Seincman (1954) to compose a piece with this title. It was written for bass clarinet, marimba and vibraphone, with the percussion instruments being at times played simultaneously. It begins with a rhythmic impulse of a sort of furious dance, a moving impulse which is present throughout the piece and is interchanged with more melodic sections and cadenzas by the percussion instruments as well as with a long so- liloquy by the clarinet. The harmonies occasionally evoke pop or jazz music. In the last measures, the bird’s singing, which had been withdrawn by the composer, reappears to conclude the piece, as in the tale, free and evoking the rain about to fall.