Retomando uma certa inspiração representativa, não propriamente descritiva como em "Volante", mas tratando novamente algumas referências extra-muiscais como forte motivação, Marisa Rezende chega a "Cismas", em 1999, obra que dedicou a Bel, sua filha. O aspecto soturno predominante no contraponto cromático inicial de cordas e piano contrasta com a maior luminosidade do trecho mais diatônico e homofônico que se segue, bem como com a energia de um momento posterior – que, com seus acordes percussivos, poderia nos remeter a Ressonâncias –, com o qual Marisa encerra a exposição de suas idéias principais. A série de procedimentos metamórficos e reiterativos tem início com a linha melódica (cromática) temática variada num lamentoso solo de viola em meio a uma textura baseada, especialmente, em recursos sonoros resultantes da ação direta sobre as cordas do piano – amplamente empregados em várias outras peças da autora. Raramente explorada na música de Marisa, "Cismas" proporciona o uso tão expressivo quanto econômico da “polarização” (aqui, sistematicamente na nota Mi), que confere ao gesto final um sentido apaziguador.
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"Cismas", composed in 1999 and dedicated to her daughter Bel, recovers a certain representative inspiration, not as descriptive as in Volante, with extramusical references as motivations. The mostly sombre tone in the initial chromatic counterpoint between strings and piano contrasts with the bri- ghtness of the more diatonic and homophonic part which follows, as well as with the energy of a later segment – that reminds us of Ressonâncias with its percussive chords – with which Marisa ends the presentation of her main ideas. The procedures of metamorphoses and reiterations begin with a varied thematic and chromatic melodic line in a sad viola solo amidst a texture based especially on sounds obtained from direct action on the piano’s strings – a resource often used by the composer in some of her other pieces. Cismas offers a very ex- pressive as well as economic use of “polarization” (here systematically over the note E), which is rarely explored in Marisa’s music, adding an appeasing sense to the final gesture.
credits
from Marisa Rezende - Música de Câmara,
released October 10, 2006
Betina Stegmann, violino
Marcelo Jaffé, viola
Robert Suetholz, violoncelo
Ana Valéria Poles, contrabaixo
Lídia Bazarian, piano
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